segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Desculpe o transtorno: preciso falar da Pitty.

A Pitty chegou na minha vida e floriu meu coração. Foi amor à primeira vista. Quando vi aquele compartilhamento de publicação no meu feed do Facebook: "Sisi (seu antigo nome), 1 ano (depois descobrimos que ela deveria ter uns 3 já), porte pequeno, 6 kg, para adoção.", minha primeira reação foi comentar: "É minha".

Logo já fui comprar casinha, caminha, coleira - preta, vermelha, rosa com strass, rosa quadriculada, verde -, ração, perfume, roupinha... E num sábado à tarde, lá estava eu, num petshop da zona sul de São Paulo buscando a Pitty, que estava de banho tomado, com um lacinho na cabeça e muito cheirosa.

A barriga dela estava bem flácida, toda caída. Fiquei sabendo que ela havia sido abandonada justamente por isso. Após ter tido seus filhotes, seu antigo dono não a achava mais tão bonita com aquela sobra de pele, que com o tempo sumiu.

No primeiro dia em que passamos juntas, ela já se enrolou no meu colo e lá ficou, a tarde inteira.

Quando decidimos vir para a Itália, 4 meses depois dela entrar em nossas vidas, pensei: "vamos deixá-la com a minha mãe e depois a trazemos". Não tínhamos ideia de onde iríamos morar, e se ela ficaria confortável. É, realmente nosso primeiro apartamento era bem pequeno,  e, com certeza, ela teria ficado bem inquieta lá dentro.

Quando fui levá-la de São Paulo para Porto Alegre, onde moram meus país, eu estava muito ansiosa. Tinha mandado fazer uma caixa de transporte nas medidas permitidas pela cia aérea, para que ela pudesse viajar comigo na cabine. Ficamos 5 horas no aeroporto, nem lembro o motivo de termos chegado tão cedo, durante esse tempo todo ela ficou sentadinha em cima da minha mala, às vezes entrava na casinha pra dormir e às vezes ficava no meu colo. 

Durante o voo parecia uma criança, de tanto que dormia. E que criança arteira. Revira lixo, sobe em cima da pia, mesa ou onde quer que for pra roubar comida, além de fazer suas necessidades onde lhe convém...

Uma vez ela conseguiu arrancar a própria unha enquanto brincava no quintal. A unha ficou presa no vão do ralo. Sangrou, ela lambeu o sangue, e queria continuar a brincadeira. Tinha um buraco no lugar da unha. Da aflição só de lembrar. Imediatamente a levei em uma clínica 24h na Consolação, paguei R$450,00 os dois pontinhos dados pelo veterinário, e que ela arrancou no dia seguinte. 

Aí Pitty, Pitty.

Foi difícil deixá-la. Muito difícil.

Sabe quantas noites sonhei com você? 
Sabe quantas vezes olho aquele ursinho de pelúcia que está do lado da minha cama, e lembro que foi você que arrancou o nariz dele?
Sabe quantas vezes já quis te trazer pra cá?
Sabe a falta que você me faz?

Enfim Pitty, prepare-se, pois chegou a hora de atravessar o oceano.

Bora preparar a documentação... (que depois coloco aqui pra vocês).


Foto da tetinha murcha, tadinha hahaha!

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Há tanta vida lá fora...

Como é sua vida hoje?

Já parou para se perguntar isso?

O grande impulso da minha vida surgiu com essa pergunta. No início é apenas uma pergunta, um questionando interno, mas depois se torna algo que incomoda. A minha vida é do jeito que eu quero? Ou na verdade é a vida cheia de expectativas que colocaram em mim?

Se a sua resposta for a mesma que eu me dei um dia, está na hora de rever o seu conceito de felicidade.

Ser feliz é viver algo que você não quer que acabe amanhã. É viver algo que você não vive por viver, ou por apenas ter que viver. Muitos de nós, perdemos a vida lutando por algo que nem ao menos acreditamos, e que mesmo não fazendo sentido, queremos que faça. Acho que assim nos sentimos menos culpados.

Quantos sonhos não deixamos para trás? Quantas vezes já nos boicotamos?

A geração dos nossos pais pode não entender muito bem o que está acontecendo: "como assim uma advogada deixa tudo para trás para ser garçonete na Itália?".
Mas a gente entende, ou pelo menos muitos de nós.

Fomos criados para ser executivos, gerentes de empresas, grandes empresários, e, de repente, a gente não quer. Deixamos o terno e a gravata e partimos para uma jornada rumo ao desconhecido, mas sabemos o que queremos!

E mesmo que a gente quebre a cara, isso estava nos planos, era o plano Z, mas estava nos planos, a gente sabia que poderia acontecer. E se acontecer a gente sabe que vai crescer, amadurecer, ainda mais. Não duvidem da nossa capacidade de planejar, pois até o fracasso está nos planos, mas a vontade de viver é maior, e antes do plano Z, temos todo o alfabeto...

E sabe por qual motivo? Por que não queremos nada mais, nada menos, desse intervalo entre o nascimento e a morte do que VIDA. E nós vamos lutar, para vivê-la em sua plenitude, porque só quem quer viver, e se arrisca a viver, vai entender o que significa felicidade.




segunda-feira, 25 de julho de 2016

Desculpa...

Desculpa.

Esta palavra, pequena palavra de 8 letras, nunca significou coisa boa.

"Desculpa se te fiz mal"
"Desculpa se pisei no seu pé"
"Desculpa se te magoei"
"Desculpa..."

Logo, não haveria de ser diferente com nossas vidas.

Qual é a sua desculpa para continuar a - não - viver uma vida que se deixa pra depois?

Depois é o lugar onde moram os sonhos, é tão mais fácil postergar. Para viver sonhos precisamos abrir mão de algumas coisas, principalmente da nossa zona de conforto. A zona de conforto, como a própria expressão já conota, é confortável demais. É menos indolor encontrar desculpas para continuar na certeza. O novo é incerto, e isso assusta.

Me reservo o direto de transcrever um dos poemas de Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa, chamado Para além da curva da estrada:

"Para além da curva da estrada 
Talvez haja um poço, e talvez um castelo, 
E talvez apenas a continuação da estrada. 
Não sei nem pergunto. 
Enquanto vou na estrada antes da curva 
Só olho para a estrada antes da curva, 
Porque não posso ver senão a estrada antes da curva. 
De nada me serviria estar olhando para outro lado 
E para aquilo que não vejo. 
Importemo-nos apenas com o lugar onde estamos. 
Há beleza bastante em estar aqui e não noutra parte qualquer. 
Se há alguém para além da curva da estrada,
Esses que se preocupem com o que há para além da curva da estrada. 
Essa é que é a estrada para eles. 
Se nós tivermos que chegar lá, quando lá chegarmos saberemos. 
Por ora só sabemos que lá não estamos. 
Aqui há só a estrada antes da curva, e antes da curva 
Há a estrada sem curva nenhuma."

Costumamos pensar e planejar tudo o que há para além da curva da estrada de nossas vidas. Pensamos na estabilidade da zona de conforto como uma certeza. A certeza de que nada nós atingirá, e de estarmos seguros. Mas não estamos, sinto lhe informar.

São tantos os fatores que podem nos atingir na nossa suposta certeza, mas preferimos não assumir riscos e, então, a saída é conseguir uma boa desculpa. Ao fazer isso, estamos mentindo para nós mesmos, e, sem perceber, nos sabotamos da pior forma.

Não entendo o motivo de tantos sonhos e desejos morarem no amanhã. A vida acontece no agora, o passado já foi e o futuro não nos pertence. Tudo passa tão rápido, o tempo foge do nosso controle. E, em um piscar de olhos, com muita sorte - pois muitos ficam pelo caminho -, estaremos sentados em uma cadeira de balanço, com o olhar distante, mãos enrugadas, e pernas cansadas, pensando em todas as desculpas que já demos para não viver uma vida plena. Nessa hora a desculpa vira arrependimento, e percebemos que já é tarde demais.

Qual é a sua desculpa?





domingo, 10 de julho de 2016

Transferência da residência do cidadão italiano para a Itália - Passo a passo.

Uma dúvida que muitos cidadãos italianos têm quando se mudam é: como pedir a transferência da residência do exterior para a Itália. 

Bom, vamos por partes.

A primeira coisa que o cidadão que vem para a terra da pizza tem que fazer é o codice fiscale. Para isso, você deve ir à Agenzia delle Entrate com o seu passaporte italiano. O número sai no mesmo momento (eles entregam uma folha impressa que parece aquela página de consulta de CPF, no Brasil) e você vai precisar dele para fazer tudo por aqui, até comprar um chip pré-pago. Para que seu codice fiscale seja emitido, não há a necessidade de se apresentar um contrato de aluguel. 

Passo 2: para iniciar os trâmites do pedido de transferência da residência para a Itália, daí sim, você deverá ter um contrato de locação, e aconselho que seja de, no mínimo, 6 meses, pois o meu era de três e quase não fizeram a minha transferência por ser um período muito curto.

Passo 3: o contrato de aluguel deve ser registrado na Agenzia delle Entrate. Esse registro pode ser feito pelo próprio proprietário/locador, sem que seja necessária a presença do locatário. 

Passo 4: com o contrato de aluguel e o comprovante do seu registro, o cidadão deve ir até a Comune (prefeitura) e pedir a transferência de residência do exterior para a Itália. 

Normalmente eles fazem um "appuntamento" para, aproximadamente, 30 dias depois. Então, se você precisa fazer o Permesso di Soggiorno do seu cônjuge, por exemplo, é melhor fazer o agendamento assim que chegar, pois a comprovação de residência do italiano é um dos documentos essenciais. 

Para fazer o agendamento na Comune, você não precisa ter o contrato ainda, o contrato deve ser apresentado na data em que você efetivamente vai pedir a sua transferência. Exemplo: você vai à Comune dia 2 de março para agendar o pedido de transferência da sua residência, e eles marcam seu retorno para o dia 2 de abril. Somente no dia 2 de abril você deverá apresentar o contrato registrado. 

Passo 5: depois de ir à Comune, você deve colocar na caixa postal e na campainha da sua casa o seu nome, pois isso é uma das coisas que o vigile (carabinieri) vai verificar quando for no endereço informado, para ver se você realmente mora lá. O vigile vai passar sem pré-aviso, pois é justamente a supresa o elemento chave (rsss). Ele vai dar uma olhada na sua casa e pedir para que você mostre o contrato de aluguel. 

Depois disso sua residência constará no endereço italiano, e todas as vezes que você alterá-la deverá informar à Comune.

Espero ter te ajudado. 



Se alguém tiver alguma dúvida, pode deixar mensagem por aqui, pela página do Facebook: @minhavidaem64kg, ou pelo canal do YouTube: Marina Sacco.

Não esquece de curtir a página e se inscrever no canal. 

sábado, 2 de julho de 2016

Vamos falar sobre saudade?

SAUDADE...

Quem sair do Brasil vai aprender o real significado desta palavra.

Pois é. Mudar de país é sensacional, muitas coisas boas acontecem. Uma nova vida começa e você tem a sensação de que pode abraçar o mundo. E quem não pode?

Mas a saudade estará lá, sua presença será sentida todos os dias. Como um fantasma que assombra e arranca lágrimas quando menos esperamos. Como uma ferida no coração que sangra, e nada se pode fazer para curar. Algumas noites esse sangramento não estanca.

Serão aniversários pelo Skype, abraços pelo FaceTime, bom dia e boa noite pelo WhatsApp, sonhos nos quais você se vê com sua família, fotos, vídeos. Abençoada seja a tecnologia. Às vezes penso como era na época em que meus avós imigraram para o Brasil, quando a comunicação era feita por carta e a correspondência demorava dias ou meses para chegar. Hoje com um clique fazemos tudo.

Sentimos saudades por nós e por quem fica. Dói saber que eles sofrem com a nossa ausência. Para quem  muda é mais fácil, pois temos o novo e a quem fica, resta apenas uma lacuna. Para nós uma inundação de novidades, e para eles o vazio.

Não dizem que ser humano é um ser adaptável? Então, esse será o momento de provarmos isso. Se habituar a conviver com essa dor que as vezes lateja no coração.

A saudade pesa, atormenta, tira o sono e, muitas vezes, o sorriso. A saudade será sempre uma ferida aberta, mas vou te contar um segredo: resistir a ela significa que tudo está valendo a pena.




segunda-feira, 13 de junho de 2016

Por que escolhemos a Itália?

Antes de nos mudar, eu e meu marido pensamos muito no lugar para o qual imigraríamos. Como disse no primeiro post do blog (A ideia de sair do Brasil) nossa primeira ideia foi emigrar para a Austrália, um país, sem dúvida, promissor, cheio de oportunidades e com um clima muito parecido com o brasileiro. A distância, com certeza, foi o que mais pesou para não irmos. Além da viagem ser longa, a passagem é mais do que o dobro do valor que pagamos para ir da Itália para o Brasil e vice-versa.

Pensamos no visto de residência. Tudo é mais complicado. Eu tenho cidadania italiana e meu marido não. Ele fala inglês e eu me viro, mas nada que me fizesse tirar mais do que 7 na prova que eles aplicam antes de você conseguir a permissão para residir no país. Teríamos que fazer um curso para conseguir ficar por lá, o que não permitiria que trabalhássemos mais do que 20 horas semanais.

Sendo assim, pensamos em vir para a Itália, já que eu falo italiano e tenho a cidadania. Além do mais, o país da pizza é muito parecido com o nosso em vários aspectos, mas o primeiro deles são as pessoas. Pelo menos em São Paulo, onde morei praticamente minha vida inteira, a influência da cultura italiana pode ser notada até pelo sotaque dos paulistanos. A maioria é descendente de italiano. Sou neta de italianos, mais precisamente napolitanos, que imigraram para a terra da garoa em 1960.

A Itália é uma paixão desde que sou pequena e tudo aqui me encanta. Caminhar pelas ruas é sempre um passeio muito agradável, e muitas vezes com trilha sonora, pois quando você menos espera tem um artista com seu instrumento cantarolando músicas italianas. A comida é a melhor do mundo. Aqui eles se preocupam muito com a qualidade do que comem e isso reflete diretamente no alimento que é vendido, a maioria com menos conservante. O molho de tomate pronto tem gosto de tomate mesmo. Os legumes são mais saborosos, parece que tudo o que se cozinha fica melhor.

A educação e a saúde são públicas e isso pesou muito no momento da escolha. Não é necessário ter convênio, e todos tem direito a um médico de base que atende sem cobrar nada pela consulta.

Um ponto bem positivo da Itália são os trens, que são cômodos e baratos. A linha férrea italiana atende o país inteiro. Sem contar na paisagem durante a viagem. Como não se apaixonar, mais uma vez?

Os italianos recebem muito bem os brasileiros, adoram o Brasil e sempre mencionam Salvador e Rio de Janeiro. Às vezes nem precisamos falar muito e eles já percebem que somos brasileiros, e sabe qual é a justificativa? O sorriso! Eles dizem que brasileiro está sempre sorrindo.

A maioria diz que quer morar no Brasil, pois, para eles, o país se resume a verão, carnaval, caipirinha e futebol. Quando a gente começa a explicar a verdadeira situação do país... eles mudam de ideia rapidinho.

Enfim, morar na Itália é como estar em casa. Na verdade, para mim, foi mais como 'voltar pra casa'.



quinta-feira, 19 de maio de 2016

Sobre se permitir. O que você está esperando?

Temos a mania de postergar nossos sonhos, tomados pela falsa sensação de eternidade, que nos cega.

"Ah, tenho muito tempo pela frente ainda, depois eu penso nisso."

E se eu te contar que talvez não haja tanto tempo assim? O que você faria de diferente?

Veja bem, não se trata de negativismo, mas sim de realidade, pois essa é a triste realidade para alguns de nós. Às vezes o que acaba não é a vida, mas algo que nos prende à zona de conforto, como um emprego, por exemplo. Ter um emprego, por si só, dá a impressão de que caminhamos na linha da certeza, da estabilidade.

Eu, como advogada, trabalhando em um grande escritório de advocacia, crescendo profissionalmente, sei que se ficasse ali, chegaria na posição que almejei desde quando estava na faculdade.
Minha carreira estava praticamente traçada, era só continuar me dedicando mais de 12 horas por dia e eu teria aquilo que muitos almejam: sucesso profissional. Eu estava em um mundo habitado pelas certezas, o que traz uma falsa sensação de tranquilidade.

Quando aquilo deixou, de alguma forma, de fazer sentido pra mim, e quando comecei a ver pessoas que tinham se  dedicado uma vida inteira por uma empresa, sendo demitidas por causa de corte de custos, minha ficha caiu. E, de repetente, percebi que  aquela certeza que eu tinha, não era tão certa assim.

Resolvi que poria em prática meu sonho. O sonho de viver com mais qualidade de vida. Trabalhar, sim, claro, mas parar de gastar tempo de vida, ganhando um dinheiro que escorria pelas minhas mãos.

Após dar os primeiros passos, percebi que sair daquela linha da certeza é libertador. Se permitir é como aprender a voar. No começo, com asas meio atrofiadas, o voo é um pouco mais temeroso, a ansiedade de alça-lo vira parte da rotina, mas quando você percebe que está pronto, quando você se joga em direção ao nada, quando sua única alternativa é voar, você voa!

Existem várias formas de se libertar: mudando de emprego, mudando de profissão, mudando de cidade, de estado ou de país. Cada um sabe a mudança que quer.

Sabe aquele sonho que você tem guardado naquela última gaveta, daquele velho armário que fica no fundo da pequena sala ao final daquele corredor comprido, depois de descer uma longa escada, logo atrás daquela porta de madeira escondida no canto do seu pátio frio?

Então, coloca um casaco e vá buscá-lo.

Chegou a hora!



domingo, 17 de abril de 2016

Seu primeiro emprego fora do Brasil

Uma das angústias de quem quer sair do país é: como conseguir um emprego fora?

Em primeiro lugar, você deve, pelo menos, estudar a língua do seu destino, pois os empregos que pagam mais vão exigir isso de você. Além disso, é crucial ter a cidadania ou algum tipo de visto que permita o trabalho. Caso contrário, legalmente você não poderá trabalhar. 

Segundo lugar: movimente-se. Aqui na Itália, pelo menos, vejo muita gente reclamando que não tem emprego, que não encontra trabalho, mas a questão é: quanta energia essas pessoas gastam para conseguir um trabalho?

Em nenhum lugar do mundo, a não ser que por muita sorte, um emprego vai "cair no seu colo", aparecer de repente. 

E tem muita empresa REpublicando anúncio de vaga, viu?

No início, a preocupação deve ser a de se inserir no mercado de trabalho do país de destino, e isso consiste em fazer coisas que no Brasil fomos ensinados a considerar como trabalho de pessoas com menor instrução. 

Aqui não. Na Europa muitas pessoas com graduação e mestrado servem cafés, trabalham em restaurantes, hotéis, lojas de roupa, como vendedoras, são motoristas de ônibus, etc. E isso não é nada desmerecedor, como os brasileiros costumam considerar. Aqui é super normal.

Bom, algumas dicas acho que são importantes passar.

Procure agências de emprego: as agências de emprego são privadas, mas não cobram nada do candidato, e sim da empresa. Então, você pode se inscrever sem custo nenhum e torcer para que o seu perfil seja aquele que alguma empresa esteja procurando.

Cadastre-se em sites de emprego: Infojobs, por exemplo, não há custo para se inscrever e você consegue visualizar todas as vagas publicadas (e republicadas) pelas empresas, e se candidatar através do próprio site. Aqui na Itália temos, entre outros, os sites Lavoro per te e o Cliclavoro.

Facebook: use o Facebook como uma ferramenta para a sua mudança. Entre em grupos sobre trabalho na cidade que você reside ou residirá, sempre há pessoas que disponibilizam vagas de emprego ou divulgam processos seletivos de grandes empresas e concursos públicos. 

Leve seu currículo pessoalmente: esse é o meio mais eficaz para se conseguir emprego na Europa. Imprima vários currículos (com foto, de preferência), deixe a vergonha de lado e saia por aí distribuindo. No começo não é fácil, ainda mais quando você entra em um negócio e ouve que não estão procurando ninguém e que não há vaga, mas depois você se acostuma. 

Sabe aqueles 20 segundos de coragem que temos às vezes? Então, use-os nesse momento. 

DICAS: 

1- vista-se adequadamente: a apresentação é tudo. Além do currículo, sua imagem é muito importante. A roupa deve ser neutra, preferencialmente uma camiseta preta, uma calça jeans e um tênis discreto.

2- tire piercings e cubra as tatuagens: infelizmente, mesmo em pleno século XXI, ainda temos que fazer essas coisas. Em caso de contratação, procure se informar sobre o uso de piercings e de roupas que deixem tatuagens à mostra.

3- fale bem a língua: mesmo que você não tenha fluência, decore algumas frases de apresentação, elas são importantes para mostrar que você, ao menos, sabe se comunicar. 

4- não minta no currículo: claro que aumentar uma coisa ou outra não mata ninguém, mas vá com calma. Quero dizer que se você já teve alguma experiência, que tenha algum tipo de relação com o trabalho que você procura, não custa colocar no currículo, mas não coloque que já foi barista, por exemplo, sendo que nunca fez nem um café em casa. Daí pega mal, e eles descobrem antes de te contratar. Sabe como?

Quando você deixa seu currículo em um restaurante ou bar, por exemplo, a entrevista que eles fazem se chama "prova", ou seja, você vai trabalhar um turno inteiro como se já fosse funcionário do local. Assim, se você não tiver a experiência que disse ter, eles perceberão.

Outra dica: se você tiver tempo e dinheiro faça um curso de bartender, Cabelereiro, esteticista, sempre há anúncios de vagas para esses cargos. Chegar com um curso desse tipo pode acelerar sua inserção no mercado de trabalho. 

Enfim, achei importante dar umas dicas sobre isso aqui no blog, para que vocês mantenham a calma e planejem a ida para outro país. Dependendo da época do ano que você chegar, pode conseguir um trabalho sazonal em um mês (normalmente no começo do verão é mais propício para o trabalho). Caso demore três ou quatro meses para conseguir alguma coisa, não se desanime e continue entregando currículo. Justamente pra enfrentar esse tipo de situação é que, repito, o planejamento antes da mudança  é tão importante. 

Mãos à obra, boa sorte, você vai conseguir. 

sábado, 9 de abril de 2016

A geração de pais órfãos.


Quem não conhece, ou se reconhece como, alguém que foi ou vai (ou quer muito) morar em outro país? 

Seja por motivo profissional, por se apaixonar por alguém que mora do outro lado do mundo, seja por querer uma nova experiência, por ansiar por uma nova vida,  por querer fugir do país, seja por todos estes motivos juntos, ou por nenhum deles.

 

São jovens que deixam suas casas, sua família, sua cidade, seu país, em busca de algo melhor. É cada vez maior o número de amigos que saem, ou já saíram, do Brasil em busca de uma nova vida, cheia de boas experiências, cheia de novidades e cheia de saudades, claro!

 

E como deve doer (e já começou a doer)... O medo de sentir saudade da família, por muito tempo, foi o que me bloqueou, mas hoje não me bloqueia mais. A saudade, com certeza, estará presente. Os momentos separados, muitas vezes nos ferem como facadas. Perder aquele aniversário em família, falar e ouvir parabéns pelo Skype, sem poder dar um abraço, deve machucar demais. 

 

Sou mais uma emigrante, que deixou sua pátria e sua família em busca do novo, de qualidade de vida e novas experiências.

 

A minha dor e de todos os jovens que vão é grande, mas é amenizada pela inundação de novidades que a nova etapa trás. No entanto, às vezes me pego pensando na dor dos meus pais, e de todos aqueles que tiveram que se despedir de seus filhos, que admiram a coragem de enfrentar o novo - peculiaridade da nossa geração -, mas, ao mesmo tempo, gostariam que aquilo não estivesse acontecendo. 

 

Não vou enfrentar ou discutir questões políticas neste post, mas entendo que um dos motivos, e o mais relevante, esteja intimamente ligado com o momento político e econômico do país, mas quem sabe isso não seja apenas um "empurrão" pra muitos pseudo-corajosos?

 

A partida e a despedida machucam, mesmo que temporária a distância. O que resta para nós, filhos, é fazer um simples pedido a Deus: que abençoe esta geração de pais órfãos.

sexta-feira, 1 de abril de 2016

Chocotour - Perugina

Quem vier a Perugia não pode deixar de fazer o chocotour, que consiste em pegar um ônibus vermelhinho na Piazza Itália (mesmo local onde se compra o bilhete, que custa 9 euros por pessoa), às 14:10, e ir até uma das fábricas mais gostosas e cheirosas do mundo. 

Quando chegamos já nos espantamos com o tamanho da fábrica. São 90.000 metros quadrados. O ônibus parou e descemos em direção à bilheteria, onde fomos recebidos por uma simpática funcionária que se apresentou como nossa guia. 

Não vou contar todos os detalhes pra que todos possam ter suas próprias experiências, mas não posso deixar de mencionar a réplica do Bacio gigante que a Perugina deu de presente a todos que estavam na feira do chocolate da Itália, que acontece todo ano em Perugia, em outubro. O original tinha dois metros de altura e pesava quase 6 toneladas. Foi uma surpresa para os Peruginos, e como não podia faltar (pois todos os Bacios vem com um bilhetinho dentro) o bilhete que acompanhou a versão gigante trazia: "un bacio per la città più dolce del mondo" (um beijo para a cidade mais doce do mundo). 

Bom, depois de passearmos pela fábrica, onde não se pode tirar foto, fomos informados que são produzidos 2 milhões de Bacios por dia e que qualquer Bacio que você vir no mundo saiu da fábrica da Perugina, aqui em Perugia. Seguimos para a  "pequena" degustação do tour. Bom, como tudo o que é de comer aqui na Itália, não tinha miséria, eram muitos chocolates à disposição. Tinham todas as barras que eles fabricam, todos os tipos de Bacio (olhem a foto no final de quantos chocolates pegamos), balinha... Enfim, me senti aquelas crianças em festa infantil. 

O passeio vai terminando com uma história bem interessante: um dos fundadores da fábrica era casado com Luisa, que, por sua vez, tinha um amante bem mais jovem do que ela, com quem se correspondia através do envio de chocolates. Esse detalhe é só para explicar uma das razões por se ter um bilhetinho de amor dentro de cada Bacio. 

A outra explicação para os bilhetes é que foram criados por uma questão comercial mesmo, pra que mais Bacios fossem vendidos.  

Em qual versão você prefere acreditar?

Tem gente que pergunta: mas o nome do chocolate é Bacio ou Baci? 
Com certeza você já ouviu os dois nomes, pois Bacio, que significa beijo no singular em italiano, se refere a apenas uma unidade do bombom. Baci, que significa beijos no plural, corresponde à caixinha que transporta vários Bacios. 


Loja na fábrica. 


Loja.


Fachada da fábrica.


Onibus chocotour.


Ônibus.


Chocolates que ganhamos na degustação, fora aqueles que comemos na hora.


E aí, gostaram? 

Baci a tutti. 


quinta-feira, 31 de março de 2016

Transferência de residência e transcrição de casamento na prática.

Para a transferência de residência basta ir até a comune e fazer um agendamento para a requisição. Quando chega nessa data, que em Perugia demorou quase um mês, você deve apresentar o formulário que eles te entregam no dia em que você foi agendar preenchido, uma cópia do seu documento (passaporte) e o contrato de aluguel do imóvel.

Importante: o contrato deve ser registrado pelo proprietário na "Agenzia delle entrate", pois somente com isso eles procedem com a transferência. O meu contrato tinha duração de três meses e quase que isso foi um problema. Dependendo da comune isso pode ser, então aconselho a fazer um contrato de, no mínimo, 5 meses e fazer constar que ele é renovável. 

Com o protocolo do requerimento de transferência da residência em mãos, você já pode requerer a sua tessera sanitaria, fazer a transcrição do casamento na comune de residência e trabalhar.

Fui informada que daqui a alguns dias, passará na minha casa o vigile da comune, para verificar se realmente resido no endereco que informei, e que eu devia escrever meu nome e sobrenome ao lado da campanhia e da caixa de correio. Caso eu não esteja em casa o vigile vai deixar um comunicado com um número de telefone para que eu entre em contato. 

A residência do conjuge do cidadão só pode ser solicitado após o requerimento do Permesso di Soggiorno que, como já expliquei no post próprio do Permesso, foi agendado para um dia antes da expiração do visto de turista. Então, esqueça aqueles oito dias úteis que você vê em tantos lugares. Pela lei italiana, temos três meses, até porque não daria tempo de apresentar todos os documentos que a questura requer em oito dias úteis. 

Quanto a transcrição do casamento, documento essencial para a solicitação do Permesso do conjuge extrangeiro, ela deve ser feita na comune de residência e pode ser solicitado assim que você estiver com o requerimento de transferência de residência. 

Lembre-se: certidão de casamento devidamente legalizada pelo consulado italiano no Brasil. 

A transcrição do casamento demora, em média, um mês para ficar pronta. Devido a isso, faça tudo com antecedência para que esteja tudo pronto antes do agendamento para a solicitação do Permesso di Soggiorno.

Qualquer dúvida, estou aqui para auxiliar. 



terça-feira, 29 de março de 2016

E se arrependimento matasse?

E aí, já pensou nisso?

Se pesquisarmos no Google encontramos o seguinte para arrependimento:
  1. 1
    pesar ou lamentação pelo mal cometido; compunção, contrição.

  2. 2
    negação ou desistência de algo feito ou pensado em tempos passados.

Bom, por definição, arrependimento, definitivamente, não é algo bom. "Pesar ou lamentação pelo mal cometido." Forte, hein? Mas é isso o que acontece quando nos privamos de viver nossos sonhos, quando ignoramos a vontade de fazer algo diferente, de mudar uma situação ou a própria direção.

Quando deixamos de fazer algo que queremos muito, e normalmente colocamos a culpa em qualquer coisa que não seja a gente mesmo, deixamos um pouco de nós pra trás. Cada vez que deixamos de nos conectar ao hoje, o aqui e o agora, deixamos também de nos conectar com o nosso ser, nossa essência. 

Viver de futuro é deixar a vida escapar por entre os dedos, pensar somente no amanhã, te deixa cego para contemplar a beleza do hoje, assim como viver aprisionado ao passado é alimentar a alma apenas de lembranças, que mesmo sendo boas ou ruins, já não nos pertencem mais. Que sirvam de lição, mas que não permaneçam. 

Obviamente devemos nos preocupar com o futuro, é importante se planejar. Ouviu? (Ou melhor, leu?) Planejamento. Essa é a palavra certa para que possamos concretizar aquele plano "guardado na gaveta" há tanto tempo.

Não deixemos pra pensar nele quando for tarde demais, pois quando for tarde demais restará apenas a "negação ou desistência de algo feito (ou que deixamos de fazer) ou pensado em tempos passados". 

O sentimento de arrependimento pode consumir parte de nossas vidas. Viver pela metade, não é viver. Pensemos nisso, nossa vida é importante demais pra ser deixada pra depois.


quinta-feira, 24 de março de 2016

Qual é o seu sonho?

Já se fez essa pergunta, né? Lógico: "qual é o meu sonho?". A resposta que a maioria tem de pronto é: "quero viajar pro exterior", "quero estudar fora", "ser sócio de grande empresa", "ganhar muito dinheiro". Enfim, cada um sonha do jeito que quiser e com o que quiser. A resposta que uma amiga minha do colégio com câncer em estágio terminal tinha era: "quero viver mais".

Infelizmente ela não pôde realizar o sonho dela, até porque não dependia dela. Aos 19 anos ela partiu e me deixou uma lição: o que realmente importa? Quais são os meus sonhos e o que vou fazer para alcançá-los? Diante daquilo, claro que minha concepção de sonho tinha mudado um pouco. Comecei a viver pequenas conquistas do dia-a-dia como realizações de pequenos sonhos, o que me tirou aquela ideia de que o sonho é aquilo que vai acontecer lá na frente, o quase impossível.

Claro que todos temos aquele sonho um pouco mais difícil de conquistar, mas já parou para pensar o que falta, e o que você vai fazer para conseguir? Falta tempo? Dinheiro? Os dois? Falta coragem? 

Olha, se faltar tempo e dinheiro a justificativa pode até ser aceita, hoje em dia não é fácil, com todos os gastos que temos, conseguir guardar dinheiro, mas também, não é nada impossível. Já pensou em limitar as saídas de final de semana ou deixar de comprar aquele sapato lindo que está te chamando na vitrine daquela loja que você ama? Já pensou em fazer algum tipo de planejamento? Se não pensou, então pense, pois realizações de sonhos exigem sacrifício.

Se a sua resposta é medo de arriscar, não cometa esse erro. Isso é mortal! O medo de arriscar tira de nós o melhor que o ser humano pode ser: livre! Livre para fazer suas próprias escolhas e livre para alcançar aquilo que deseja. A liberdade é encantadora, e aprisioná-la por causa do medo vai te consumir de uma forma...

Qual é o seu sonho mesmo?

Planeje, respire fundo, trabalhe para cumprir as etapas do seu planejamento. Foco e fé! Você vai conseguir, é só questão de tempo...


sexta-feira, 11 de março de 2016

Verona, ti amo!

Nem sei como começar este post. Nem sei o que falar de uma cidade tão linda. Se tivesse que escolher uma cidade no mundo pra morar, com certeza seria a terra de Romeu e Julieta. Apesar que estou bem mais perto agora, quem sabe um dia, né?

A cidade é encantadora. Eu realmente fiquei fascinada. Chegamos às 15:32 na estação de trem de Verona e assim que colocamos o pé na rua já percebi que aquele lugar era diferente. 

Visão da saída da estação de trem.

Andamos por quase 10 minutos e chegamos no hotel que fica bem perto do centro histórico, chamado DomusMea, que é um bed and breakfast, com banheiro compartilhado a cada dois quartos, mas como não tinha ninguém no quarto vizinho, o banheiro ficou só pra gente. 

Na sala de café da manhã, ficam snacks que você pode pegar durante o dia todo: frutas, yogurt, croissant, nutella, chá, café, leite, e o melhor: tudo por 47 euros  por noite. Reservamos pelo Booking.

Depois de comer um croissant com nutella, saímos em direção ao centro histórico e, a cada passo dado, era um novo encantamento.



Há uma arena na Piazza Bra, que parece o coliseu de Roma na versão mini, eu nunca tinha ido a Verona, mas meu marido já, e disse que não valia a pena entrar. Assim, economizamos 10 euros cada um. 

Depois de andar um pouco pelas charmosas ruas da cidade cenário da tragedia romântica mais famosa de todos os tempos, chegamos em uma ruelinha sem saída, cheia de bilhetes amorosos e rabiscos na parede. Logo a frente, fica a a Julieta de bronze, bem embaixo do balcão que testemunhou juras de amor de um dos homens mais apaixonados da literatura.



Aí que românico! Não pude conter a emoção de estar ali, olhando pro balcão mais conhecido do mundo. Foi sensacional. 


Além disso, milhares de casais apaixonados colocam cadeados com seus nomes em uma parede de grade logo ao lado da estátua da Julieta.


Tão lindo!!!

Vamos lá para as dicas e a furada do dia.

Dica para comer um doce maravilhoso: 

Macaron na P.ta Borsari, que fica no caminho para a Piazza Erbe, que é muito linda, por sinal.



Furada: não coma no Brek, que fica bem na piazza Bra, a mesma em que está a arena. A pizza não é boa e vem quase sem molho, nos arrependemos muito. 

Os restaurantes que parecem bons, são aquelas que estão na Piazza Erbe.

Quando começou a anoitecer, Verona ficou ainda mais bela, por causa do pôr do sol e das luzes da cidade. Vejam se não tenho razão:




Pra tomar um drink de noite recomendo o "La tradisiòn", que fica na Via Guglielmo Oberdan. O spritz (o famoso aperol) custa 2,50 euros e eles ainda servem com uma porção de batatinha frita, tipo Lay's.

Adoramos o ambiente. Muito aconchegante.



Verona é uma cidade que se conhece em um dia, é bem tranquila de caminhar, sem muitas ladeiras e com menos refugiados e vendedores de pau de selfie. 

Resolvemos ir amanhã mais cedo pra Milão, e deixamos para a próxima vinda a entrada na casa da Julieta. Em todo caso, a título informativo, o ingresso custa 6 euros. Preferimos deixar uma "pendência" para ter que voltar, em que pese não precise de muito para vir passar um final de semana aqui. 

Amamos a cidade, coloque no roteiro. 




quinta-feira, 10 de março de 2016

Un giorno a bolognese!

Nunca tinha estado em Bologna, e só posso dizer uma coisa: estou adorando! 

Cidade limpa, bonita, menos "muvucada" do que as outras turísticas da Itália, arquitetura aconchegante, predominantemente avermelhada. Era nosso plano A de mudança antes de descobrirmos Perugia, e hoje é nosso plano B. Ou seja, de qualquer forma, ainda não saiu dos planos.

Muitos jovens e muitos departamentos da faculdade mais antiga do mundo estão espalhados pela cidade. 

Pra começar, vou dar a dica do apartamento que estamos aqui. Muito bem localizado, bem perto do centro histórico, na Via Fransceso Petrarca, 14. Tem sala, cozinha, banheiro espaçoso e quarto, e todo equipado: shampoo, condicionador, sabonete líquido, máquina de lavar, secador, fogão, geladeira, televisão, azeite... Enfim, você se sente em casa.

 



A rua é bem tranquila, a calefação é muito boa, o wifi funciona bem e o dono da propriedade muito atencioso. Tudo isso por 42 euros por noite. Reservamos pelo Booking mesmo. 

Chegamos às 23:50 de Firenze, no trem que partiu às 22:23, no qual pagamos apenas 9,15 euros, por ser uma linha quase da madrugada e um trem mais antigo. Na estação de trem de Bologna, pegamos o ônibus Circolare 33 e descemos no ponto Petrarca, que já é quase na rua do apartamento. 

No dia seguinte, partimos com o nosso guia Triposo, um aplicativo que você baixa no celular ou tablet e consegue navegar off-line, após ter selecionado os pontos que você quer visitar enquanto estiver conectado a uma rede. Esse guia é muito bom, te leva pros pontos turísticos e ainda te conta um pouco da história de cada lugar.

Ruas de Bologna.

Basilica di San Petronio.

Cuidado ao tirar fotos nessa igreja, pois eles pedem 2 euros para autorizar os cliques. Óbvio que eu levei uma bronca do senhorzinho que ficava fiscalizando isso, pedi desculpas, mas não paguei a foto, não. 

Ei-la:


Piazza Maggiore - principal praça da cidade.

Arquitetura avermelhada. 

Outra dica boa é tomar café dentro da universidade de direito. Tudo dentro da faculdade é mais barato, então, com o café, cappuccino, moccacino, não seria diferente.

Entre na universidade, e vire à esquerda.

Via Zamboni, 22.

O café custa 0,60 euros e ainda é Lavazza. 

Depois de passear mais um pouco, a fome começou a bater, fomos até o mercado público de Bologna, na esperança de encontrarmos algo parecido com aquele de Firenze: comida boa e barata. Bom, a comida até que deve ser boa, mas não é nada barata, logo, seguimos caminhando e encontramos a Pasticceria Santo Stefano.

Entrada do Mercado Público. 

Restaurantes do mercado. Em média 12 euros um prato. 

Santo Stefano.

Já de cara, nos chamou a atenção esta placa:


Quando entramos, pedimos um tagliatele  a bolognese, e nos deliciamos. Meu Deus! Que prato gostoso, parmesão maravilhoso. A propósito, muitas vezes eles não colocam o queijo direto na mesa, basta pedir por: "formaggio grattugiato" ou "parmigiano".


No mesmo lugar, os doces não deixavam a desejar. Uma vitrine desconcertante, enlouquecedora. Fiquei parecendo aquelas crianças na loja de doces, sem saber qual escolher. 


E aí, tenho razão ou não? 

Escolhi outra bomba de Zabaione.


Uma coisa interessante na Itália é que os cachorros podem entrar em praticamente todos os estabelecimentos comerciais: restaurantes, hotéis, supermercados. Eles têm quase os mesmos direitos de uma pessoa.


Hoje viemos para o apartamento mais cedo, pois vamos comer uma massa com vinho por aqui mesmo. Compramos uma massa de 0,62, um molho pesto da Barilla por 1,99, um queijo ralado por 0,95, e um vinho rosé frizzante por 2,89.

Depois vamos sair para ver um pouco da noite aqui em Bologna, pois por ser cidade universitária, não deve decepcionar.

Arrivederci!